O termo antioxidantes está cada vez mais presente em nosso cotidiano, frequentemente associado ao retardo do envelhecimento e à prevenção de doenças.
Para compreender o que são os antioxidantes e como funcionam, é crucial primeiro conhecer um grupo específico de substâncias conhecidas como espécies reativas de oxigênio (EROs).
Entendendo as EROs
Apesar do oxigênio molecular (O₂) ser essencial para a vida, em algumas situações ele pode se tornar reativo, dando origem a entidades moleculares classificadas como EROs, caracterizadas por conter oxigênio e por sua alta reatividade e instabilidade.
As EROs são produzidas naturalmente e desempenhem um papel crucial na manutenção dos sistemas biológicos. No entanto, em situações adversas como exposição à radiação solar ou ionizante, poluição, processos inflamatórios, entre outros, a sua produção pode aumentar significativamente, levando ao estresse oxidativo.
O Papel dos Antioxidantes
Felizmente, existem substâncias químicas com propriedades antioxidantes para equilibrar a ação das EROs.
Quimicamente, os antioxidantes possuem notável capacidade de transferir elétrons para as EROs, tornando-as menos reativas ou até mesmo inertes. Esse é um processo de redução-oxidação (redox), onde as EROs são reduzidas e os antioxidantes oxidados, evitando que ocorra a oxidação de componentes vitais como o DNA, RNA, proteínas, aminoácidos, carboidratos e lipídios. É importante ressaltar que as substâncias consideradas antioxidantes, não se tornam reativas após essa reação.
Em resumo, a ação dos antioxidantes é essencial na proteção contra o estresse oxidativo, que ocorre quando há desequilíbrio entre a produção de EROs e a capacidade dos antioxidantes na manutenção do equilíbrio em sistemas biológicos.
Aplicações dos Antioxidantes
A relevância dos antioxidantes vai além da fisiologia, encontrando aplicação em uma variedade de setores:
Alimentos e Bebidas: estendem a vida útil dos produtos, impedindo a oxidação de gorduras e óleos que levaria à rancificação, perda de cor e sabor;
Cosméticos: combatem o envelhecimento cutâneo;
Nutracêutico e Farmacêutico: ajudam a combater o envelhecimento e a reduzir o risco de doenças ligadas ao estresse oxidativo, como doenças neurodegenerativas, mutagênicas, inflamatórias e cardiovasculares;
Industrial: previnem a degradação de plásticos, borrachas, combustíveis e lubrificantes prolongando a vida útil desses materiais;
Agricultura: contribuem para a saúde e o desempenho animal e também na proteção de culturas contra estresses ambientais.
Tendência para Antioxidantes Naturais
A fonte dos antioxidantes pode ser sintética ou natural. Porém, há uma tendência crescente do consumo de ingredientes naturais em detrimento aos sintéticos, que muitas vezes possuem baixa aceitação, são derivados de fontes não renováveis e podem não ser biodegradáveis.
Exemplos de antioxidantes naturais são vitaminas, como C e E; carotenóides, como beta-caroteno e licopeno; polifenóis, como resveratrol e curcumina; coenzima Q10, entre muitos outros.
Na Natcrom, estamos focados em criar ingredientes naturais inovadores, provenientes de fontes sustentáveis e ambientalmente amigáveis.
Estudo de caso na Natcrom
Um estudo de caso interessante na Natcrom é o desenvolvimento de novos ingredientes clean label com elevada ação antioxidante. Para isso, utilizamos diversos testes in vitro para selecionar as matérias primas vegetais com maior potencial antioxidante, sendo um deles o ensaio de redução do radical 2,2-difenil-1-picrihidrazil (DPPH).
Durante o desenvolvimento, um extrato vegetal em particular mostrou uma eficácia notável, com uma capacidade antioxidante de 75%, comparável aos antioxidantes sintéticos convencionais como o ácido ascórbico, trolox e TBHQ nas mesmas concentrações, como mostrado na Figura abaixo.
Para se desvendar quais os bioativos eram responsáveis pela ação antioxidante no extrato estudado, utilizou-se a metodologia do estudo bio-guiado (mencionado em nosso último post). O extrato foi fracionado em 6 partes de acordo com a polaridades dos compostos químicos e cada fração foi submetida a novos ensaios de DPPH. Segundo esse processo, foi possível descobrir que os bioativos presentes na Fração 2 são os responsáveis pela ação antioxidante observada.
Com a análise química da Fração 2, foi possível identificar polifenóis, em específico um flavonol responsável pela atividade antioxidante.
Essa abordagem permite a criação de ingredientes botânicos padronizados no fitomarcador responsável pela atividade antioxidante, dando transparência e credibilidade aos produtos desenvolvidos pela Natcrom para nossos clientes.
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